A arte da mixagem e masterização está morrendo? Pesquisa mostra que 8 em cada 10 faixas de músicos independentes excedem os níveis de loudness recomendados pelo Spotify – e o clipping foi encontrado em mais da metade delas

Uma nova pesquisa da plataforma de masterização com IA, RoEx, lança luz sobre os maiores desafios enfrentados por produtores independentes.

Um estudo recente da plataforma RoEx, especializada em mixagem e masterização com inteligência artificial, revelou problemas generalizados na qualidade das faixas mixadas e masterizadas por músicos independentes. A pesquisa, baseada na análise de 200.000 músicas submetidas ao Mix Check Studio da RoEx, mostrou que impressionantes 8 em cada 10 faixas masterizadas ultrapassaram os níveis de loudness recomendados pelo Spotify, enquanto o clipping – uma sobrecarga de sinal que causa distorção – foi identificado em 57% das faixas, especialmente nos gêneros eletrônicos como drum ‘n bass e house music.

Coautorado pela Queen Mary University e apresentado por David Ronan, CEO da RoEx, durante a conferência da AES (Audio Engineering Society) nesta semana, o estudo destaca os desafios que músicos e produtores amadores enfrentam nas fases finais de polimento de suas músicas antes do lançamento.

Os níveis excessivos de loudness e o clipping lideram a lista de problemas comuns, o que significa que muitas dessas músicas provavelmente serão automaticamente ajustadas pelas plataformas de streaming para normalização de loudness, o que pode resultar na perda do impacto sonoro desejado ao serem reproduzidas em plataformas como Spotify ou Apple Music.

O estudo também apontou problemas generalizados com compressão: 33% das faixas masterizadas sofriam de uma aparente falta de compressão, enquanto 15% estavam excessivamente comprimidas, afetando negativamente a faixa dinâmica geral. Além disso, questões no campo estéreo foram o segundo problema mais comum na etapa de mixagem, com 39% das faixas apresentando um campo estéreo excessivamente amplo, o que pode fazer com que a música soe “fina” ou desfocada.

A pesquisa da RoEx levanta uma questão importante: em uma era de produção feita em casa, a arte da mixagem e masterização está em risco de se perder? Com o aumento do número de músicos que escolhem finalizar suas próprias faixas para lançamento – sem treinamento ou assistência de engenheiros profissionais – surge uma tendência de músicas mal mixadas e masterizadas, prejudicadas por falhas técnicas.

Entretanto, é importante lembrar que o que soa “certo” é uma questão subjetiva: alguns artistas podem optar por usar compressão pesada ou até mesmo clipping para criar uma estética crua e intencional, enquanto outros podem usar técnicas não convencionais na mixagem para dar um toque único às suas faixas. Não existem padrões universais obrigatórios na produção musical, e muitos artistas de sucesso quebraram essas convenções com grande efeito. Exemplos disso são os artistas Burial e Jai Paul, que utilizam abordagens técnicas fora do comum para alcançar um som único.

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“O processo de produção musical para artistas independentes pode ser esmagador. Nosso objetivo é desmistificar a mixagem e a masterização e fornecer ferramentas que tornem o som de qualidade profissional mais acessível,” disse David Ronan, CEO da RoEx. A plataforma disponibilizou um guia gratuito, Elevate Your Production, para ajudar músicos independentes a navegar nesses desafios e a refinar suas faixas para o lançamento.

Dicas para Produtores Independentes Melhorarem Suas Habilidades

Se você é um produtor independente que deseja evitar esses erros comuns e garantir que suas músicas soem incríveis em todas as plataformas, aqui estão algumas dicas valiosas:

  1. Atenção ao Loudness: Siga as recomendações de loudness das plataformas de streaming. Exceder esses níveis pode prejudicar o impacto da sua música ao ser normalizada.
  2. Controle o Clipping: O clipping pode ser usado como uma técnica criativa, mas quando não intencional, gera distorções indesejadas. Monitore seus níveis e use limitadores eficazes para evitar a sobrecarga de sinal.
  3. Use Compressão com Sabedoria: A compressão é uma ferramenta poderosa, mas deve ser usada com equilíbrio. Evite tanto a falta de compressão, que pode deixar sua faixa sem punch, quanto o excesso, que elimina a dinâmica natural da música.
  4. Trabalhe o Campo Estéreo: Um campo estéreo equilibrado faz com que sua mixagem soe cheia e impactante. Cuidado com uma imagem estéreo excessivamente larga, que pode desorientar o ouvinte.
  5. Estude e Pratique: Aprender com profissionais é essencial. A prática leva à perfeição, mas orientação especializada pode acelerar muito o seu progresso.

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